O orçamento participado também conhecido como colaborativo ou descentralizado, foi criado como um mecanismo governamental para proporcionar aos cidadãos uma participação efetiva na definição das prioridades de investimentos públicos, isso acontece através de reuniões abertas a população, conduzidas pela administração pública (normalmente municipal), para que a população estabeleça as prioridades do orçamento público.
Essa metodologia dá poderes a população para ajudar na aprovação da Lei Orçamentária Anual, atendendo aos anseios da população através da divisão dos poderes entre os administradores públicos (prefeitos, vereadores, governadores e deputados) com a comunidade em geral.
Esse tipo de orçamento normalmente é utilizado na administração pública, mas nos últimos anos vem ganhando adeptos também no meio empresarial, trazendo bons resultados para as empresas que utilizam essa metodologia, através do envolvimento de todos os seus gestores no processo orçamentário, aumentando a assertividade na definição dos investimentos, gastos, fluxo de caixa, etc.
Nesse artigo vamos abordar como utilizar o orçamento participativo, colaborativo ou descentralizado no meio empresarial.
Conceito do orçamento participativo
O orçamento participativo, colaborativo ou descentralizado tem como principal objetivo envolver todos os gestores, aumentando o engajamento dos participantes no processo orçamentário, criando uma cultura de dono nos participantes.
Nessa metodologia os gestores podem opinar ou até decidir como os recursos serão utilizados, sendo que é a diretoria da empresa que define qual é o nível de autonomia que os envolvidos terão para definir os investimentos, os custos e as despesas que a empresa terá em um determinado período. Essas definições normalmente são realizadas em nível de centro de custo ou departamento.
A principal vantagem desse tipo de orçamento é a participação e o engajamento de todos os gestores no processo orçamentário, o que num primeiro momento é um aumento de processos (burocracia) na
gestão orçamentária, mas é compensado com o aumento da satisfação dos envolvidos e da maior análise que o planejamento orçamentário é submetido.
A principal desvantagem é que a definição do orçamento fica mais trabalhosa e precisa ter uma ferramenta adequada para utilização desse tipo de orçamento, normalmente um software e um processo de gestão orçamentária bem estruturado.
Como utilizar?
O orçamento participativo normalmente precisa ser combinado com outro tipo de orçamento, porque o conceito principal é envolver os gestores no processo decisório do
planejamento orçamentário e financeiro, mas para isso acontecer de forma eficiente a empresa tem que saber exatamente como conduzir esse processo, sabendo o que cada participante vai definir e a forma que isso vai acontecer.
Isso pode acontecer no orçamento tradicional (base incremental), nesse tipo de orçamento basicamente replica-se os valores de um exercício para o próximo, fazendo os ajustes necessários até que os resultados projetados estejam de acordo com os objetivos da empresa.
Nesse tipo normalmente faz as projeções dos resultados para o próximo exercício com a base histórica do exercício anterior, reunindo os responsáveis pela gestão orçamentária, que são os diretores da empresa e os gerentes, essa definição dos responsáveis depende de cada empresa, discutindo os resultados e fazendo os ajustes necessários nas metas, até os resultados estarem de acordo com as expectativas da empresa.
Outro exemplo é o
orçamento base zero, nesse tipo de orçamento os gastos são revisados a partir de uma base zerada, ou seja, são analisadas detalhadamente a melhor forma de realizar cada gasto, se realmente são necessários, se existem fornecedores substitutos e se são aderentes aos planejamento estratégico, é uma analise muito parecida como se a empresa estivesse iniciando as suas atividades.
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Nesse tipo de orçamento naturalmente tem que ter a participação de todos os gestores que são responsáveis pelos gastos (custos e despesas) dentro da empresa, dessa forma essa metodologia vem de encontro com o orçamento participativo.
No
orçamento matricial a principal característica é ter um controle duplicado dos gastos, entre o responsável por uma entidade que pode ser uma diretoria, um centro de custo ou um departamento, cruzado com o gestor de pacote, que um especialista num determinado tipo de gasto, esse tipo de orçamento também é muito aderente com os conceitos do orçamento participativo, porque vai tem 2 responsáveis para cada gasto, fazendo com que tenha uma grande participação dos envolvidos na definição do
orçamento empresarial.
Quer conhecer melhor os tipos de orçamentos empresariais recomendamos a leitura do nosso artigo que aborda esse tema,
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Uma combinação que está sendo utilizada e está trazendo uma grande redução nos gastos, através do aumento da eficiência é orçamento base zero e o orçamento matricial, que naturalmente contempla os conceitos do orçamento participativo.