O orçamento tradicional é a principal metodologia utilizada na contabilidade pública, essa metodologia replica os valores realizados num ano para o próximo ano, acrescentando o percentual de inflação, essa limitação é estabelecida pelo teto de gastos, então para um gestor público alterar os seus gastos ele vai precisar aprovar no legislativo.
O orçamento tradicional, também é conhecido como clássico ou de base incremental, porque incrementa a inflação de um ano para o orçamento do ano seguinte. A gestão pública vem testando outros tipos de orçamentos como o
orçamento base zero ou o
orçamento participativo, os quais também precisam seguir as leis orçamentárias, como o teto de gastos e de responsabilidade fiscal.
Porém nesse artigo o nosso foco será como o orçamento tradicional pode ser utilizado no meio empresarial, onde não existem as leis orçamentárias, deixando as empresas livres para estabeleceram os seus parâmetros para o
planejamento orçamentário e financeiro.
O que é o orçamento tradicional / incremental?
Algumas teorias fazem a distinção do orçamento tradicional / clássico em relação ao orçamento incremental, mas na prática esses 2 tipos de orçamento são muito parecidos, praticamente iguais, então vamos analisar ambos dentro do mesmo contexto.
Existem vários
tipos de orçamentos empresariais, onde o mais conhecido e mais utilizado é o orçamento de tradicional / incremental, sendo a que a principal característica desse tipo é replicar os valores de um determinado período para o próximo período, fazendo aos ajustes necessários. Os outros tipos de orçamentos empresariais são o orçamento participativo, o orçamento estático, o orçamento flexível, o orçamento contínuo, o orçamento ajustado, o
orçamento matricial e o
orçamento base zero.
Exemplo de como o orçamento tradicional / incremental é utilizado:
O departamento comercial faz as projeções de faturamento para o próximo exercício, repassando para a controladoria, que projeta os resultados (DRE – demonstrativo de resultados) para o próximo exercício, considerando essa projeção de faturamento, além da média atual dos custos e despesas, acrescendo um determinado percentual (exemplo de 5%) para todos, para compensar os reajustes de contratos, data base, etc.
Logicamente a controladoria analisa a média dos custos e despesas para projetar, mas normalmente essa média é realizada num nível sintético no demonstrativo de resultados, isso facilita para fazer o
orçamento empresarial.
O trabalho da controladoria foi simples e rápido, sendo que essa projeção de resultados será analisada e aprovada pela direção da empresa, em algumas empresas os gerentes também participam da aprovação, a definição do grupo que participa da gestão orçamentária e financeira é definido pela empresa.
Essa análise será para verificar se os resultados ficaram de acordo com os objetivos da empresa, sendo que se for necessário serão ajustados os valores orçados, até ficar de acordo com os objetivos da empesa, estabelecendo as metas orçamentárias, como faturamento, custos, despesas e lucro.
Normalmente essas metas são em nível de diretoria, porque não houve um detalhamento dos valores, onde cada diretor é o responsável por analisar todos os seus gastos e fazer os ajustes necessários para que as metas sejam alcançadas.
Essa simplicidade e facilidade do orçamento tradicional / incremental tem as suas vantagens e desvantagens.
Quais são as vantagens do orçamento tradicional / incremental?
- maior agilidade e rapidez na elaboração do orçamento: essa é a principal vantagem e vem de encontro com a principal característica desse tipo de orçamento;
- menor custo de execução, como os diretores e gerentes que participam do processo gastam pouco tempo para fazer o orçamento empresarial, o custo de mão de obra envolvido é baixo;
- liberação dos gestores das áreas para suas atividades principais, se o orçamento na maioria das vezes tem uma análise superficial, o lado positivo é não retirar os gestores das suas atividades para analisar o orçamento;
Quais são as desvantagens do orçamento tradicional / incremental?
- tendência de projeções superficiais, como normalmente a análise é realizada de forma sintética as projeções são superficiais, com pouco envolvimento dos gestores para alcançarem as metas, porque eles não estão comprometidos com as mesmas;
- persistência de gastos sem alinhamento com a estratégia, como os gastos não são analisados detalhadamente, alguns ficam desalinhados do planejamento estratégico, além de possibilitar a perpetuação de ineficiências;
- envolvimento de poucas pessoas, como o orçamento empresarial é analisado de forma sintética a tendência é o envolvimento dos diretores e de apenas alguns gestores, isso reduz o comprometimento com as metas orçamentárias;
Conclusões
Como tudo na vida, com o orçamento tradicional / incremental não é diferente, tem as suas vantagens e as suas desvantagens, as principais vantagens são a facilidade, a simplicidade e a agilidade da sua execução, esses pontos ajudaram para que esse tipo de orçamento se tornasse um dos mais utilizado pelas empresas.
Para empresas com pouco conhecimento na gestão orçamentária e/ou com pouca cultura orçamentária esse tipo normalmente é uma boa alternativa.
As principais desvantagens são as análises superficiais, gastos desalinhados com o planejamento estratégico e o pouco envolvimento dos gestores para alcançar as metas estabelecidas, isso acontece porque os mesmos não tiverem uma participação efetiva e acabam não se sentindo como dono do plano orçamentário.
Nos últimos anos com um nível de concorrência cada vez maior, várias empresas estão buscando outros tipos de orçamentos para eliminar essas desvantagens e transformar a gestão orçamentária e financeira numa ferramenta estratégica de gestão empresarial, sendo que uma alternativa que vem se destacando é a utilização do
orçamento base zero combinado com o
orçamento matricial.
Conheça o nosso blog que tem vários artigos sobre gestão orçamentária, com exemplos práticos de redução de gastos com a utilização dessa metodologia.